Publicado no dia 1 de janeiro de 1900 às 0:00 por
Toni Duarte.
O APOIO POLITICO QUE PRECISAMOS
O prefeito de Xinguara, José Davi Passos (PT),
garantiu que vai trabalhar para que os prefeitos e Câmaras de vereadores dos
143 municípios paraenses possam ajudar na luta pela aprovação da
aposentadoria especial para os garimpeiros de todo o Brasil e uma pensão
vitalícia aos garimpeiros de Serra Pelada. A ajuda será em forma de “moções
de apoio” que serão enviadas aos presidentes da Câmara e do Senado pedindo
que o Projeto de Lei n.º 5227 de 2009 que acrescenta capítulos à Lei 11.685
de 02 de junho de 2008 que instituiu o Estatuto dos Garimpeiros seja colocado
em caráter de urgência para a sua aprovação.
A determinação de Davi Passos que é presidente da
Associação dos Municípios do Araguaia e Tocantins (Amat) foi
transmitida por José Estáquio que o representou durante a criação da
15ª Agasp Regional , orgão ligado a AGASP BRASIL e da delegacia da
Coomigasp ocorrida na tarde de ontem na cidade de Xinguara. O prefeito
irá pedir o apoio da FAMEP – Federação das Associações dos Municípios do
Estado do Pará e da própria governadora Ana Julia Carepa na luta encabeçada
pela Associação Nacional dos Garimpeiros de Serra Pelada – Agasp Brasil
dentro do Congresso Nacional.
A reunião de ontem teve também a participação do
prefeito de Água Azul do Norte, Renan Lopes que se colocou a disposição na
luta pelo direito a aposentadoria da classe garimpeira. “Estou solidário com
esta causa. A Agasp Brasil e a Coomigasp tem desde de já o nosso total
e irrestrito apoio para a consolidação dessa luta”, disse Renan. O clima
político que envolveu a reunião com a participação de centenas de garimpeiros
de Xinguara e região convence cada vez mais as principais lideranças do
“movimento pro - aposentadoria e pensão vitalícia” de que esse objetivo só
será alcançado se houver a participação e o apoio da classe política dos
estados que contam com grande contingente de trabalhadores dos garimpos do
Brasil.
O Estado do Pará estima-se cerca de 40 mil
ex-garimpeiros de Serra Pelada e em atividade que se somam aos 200 mil
espalhados no restante dos estados da região Amazônica. No Maranhão e Piauí
entre os ex-garimpeiros de Serra Pelada e os que se encontram em plena
atividade garimpável , chegam a 60 mil pessoas. No Tocantins, no Mato Grosso
, Goiás, Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina é bem maior
o numero. O total em todo o país chega-se a 1 milhão e 500 mil trabalhadores.
A estratégia da Agasp Brasil é a de convencer as
bancadas dos estados na Câmara e no Senado sobre a relevância do
Projeto de Lei n.º 5227 de 2009 que já foi aprovado pela
importante Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara na ultima
quarta-feira. Não acreditamos que teremos empecilhos dentro da Comissão de
Constituição e Justiça para onde segue o projeto na próxima semana.
O Deputado Flavio Dino (PC do B- MA) foi o
parlamentar escolhido pela Agasp Brasil para relatar o projeto. Ele foi
relator do Estatuto do Garimpeiro dentro da CCJ no ano passado levando a sua
aprovação. A deputada Elcione Barbalho que foi relatora do projeto na
Comissão de Seguridade Social havia encontrado resistência sobre a idade de
50 anos para ter o direito a pensão vitalícia. Até mesmo o direito da
aposentadoria sem ter que contribuir com o INSS foi contestado. Essa ultima,
a deputada valentemente conseguiu mantê-la. Quanto a pensão vitalícia o jeito
foi aprovar na original, ou seja: 55 anos para mulheres e 60 anos para os
homens .
Cabe a Agasp Brasil daqui para frente defender
com unhas e dentes a proposta que se aproxima da atual realidade dos milhares
de garimpeiros de Serra Pelada, cuja maioria deixou o garimpo em 1992 com
gravíssimas seqüelas produzidas pelo mercúrio. O deputado Flavio Dino já está
convencido da nossa justificativa. Vai fazer uma emenda colocando novamente
no Projeto de Lei o patamar mínimo de 50 anos de idade para os garimpeiros de
Serra Pelada ter o direito da pensão vitalícia. A briga será ferrenha.
Mas vamos ganhar.
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Publicado no dia 1 de janeiro de 1900 às 0:00 por
Toni Duarte.
FALTA APENAS UMA ASSINATURA
Foi prorrogado para amanhã, quarta-feira, 2, a
entrega oficial do relatório das pesquisas feitas na área dos 100 hectares da
Coomigasp ao 5º Distrito do DNPM em Belém do Pará. O ato que seria
realizado ontem, 31, conforme data estabelecida pela cooperativa não ocorreu
em detrimento da falta da importante assinatura do diretor-geral do
Departamento Nacional de Produção Mineral, Miguel Cedraz Nery, ao documento
protocolar. Por causa disso o chefe do 5º DNPM, Every Aquino viajou ontem à
tarde a Brasília com missão de colher a assinatura do diretor geral. Aquino
retorna para Belém hoje a noite.
A entrega do relatório das pesquisas ao DNPM
encheu de expectativa aos mais de 40 mil garimpeiros sócios da Coomigasp. A
sociedade de forma unânime apóia o presidente Gésse Simão e espera
ansiosamente pela implantação da mina que inicia no final do mês de setembro.
Cerca de 300 garimpeiros que moram na capital paraense e nas cidades
vizinhas permanecem concentrados em Belém para acompanhar de perto um dos
mais importantes atos da causa garimpeira de Serra Pelada que é a entrega das
pesquisas.
O diretor geral do DNPM, Miguel Cedraz, garantiu
que todos os direitos que a Coomigasp tem será dado a ela.
Cedraz foi além disso ao afirmar que cooperativa atendeu todas as
exigências cobradas pelo órgão e, que, por tanto, não haveria nenhum
entrave técnico ou mesmo aqueles de ordem político que
impeça a cooperativa de ter o seu alvará de lavra. Apesar dessas
garantias feita por Miguel Cedraz a simples falta de sua assinatura no
documento deixou a sociedade um tanto espinhada. Porem a situação foi
explicada e os sentimentos da massa garimpeira aliviados.
Nunca foi fácil para os garimpeiros de Serra
Pelada reconquistar a mina desde a época em que o garimpo foi fechado. Em
1992 o governo foi alem de insensível. Foi insano. Empurrou para o fundo da
vala sem dó e nem pena milhares de cidadãos que ajudaram abarrotar o Tesouro
Nacional com o ouro retirado da Serra Pelada. No final do garimpo apenas o
Governo e meia-dúzia de pessoas, bamburraram através do esforço gigante de 80
mil trabalhadores.
Nesse período de 17 anos de fechamento do
garimpo foi uma caminhada de sofrimento e dor. As matanças, a mentira, o
engodo sempre foram ingredientes que permearam a luta garimpeira. Porem, o
pior deles, foi à perversa indiferença do Governo a uma situação provocada
pela própria União. Ate na hora de entregar um documento de grande
importância para os garimpeiros de Serra Pelada falta uma assinatura. Mas a
convicção do povo garimpeiro é de que tudo será resolvido nesta ultimas 24
horas.Tanto é que Every Aquino, chefe do 5º DNPM, tranqüilizou as lideranças
e brincou: “quando tudo isso terminar vamos precisar tomar muita maracujina”.
Esperamos, Dr. Every. Caso contrario 40 mil coraçoes poderão explodir de
inevitável revolta.
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Publicado no dia 1 de janeiro de 1900 às 0:00 por
Toni Duarte.
DNPM NÃO QUER DAR ALVARA DE LAVRA AOS GARIMPEIROS
Belém - O chefe do 5º Distrito do DNPM do
Pará, Every Aquino, retornou de Brasília ontem a noite sem a assinatura do
diretor geral Miguel Cedraz Nery (foto) no ato de concessão que a
Coomigasp tem direito. Como disse ontem, nunca foi fácil para os garimpeiros
de Serra Pelada na sua dura caminhada de justas reivindicaçoes. Em 2006
para obter o alvará de pesquisa a categoria foi obrigada a ocupar a Belém
Brasília . O então ministro de Minas e Energia Silas Randeau , teve que
jogar pesado com a Secretaria de Geologia e Transformação Mineral e com
o Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM - para que
dessem o Alvará de Pesquisa aos garimpeiros da Coomigasp.
Foi um parto dolorido. Agora depois de
cumprir todas as exigências técnicas que a legislação requer, os
dois órgãos ligados ao Ministério de Minas e Energia continuam a
conspirar , a subestimar e desrespeitar os milhares de cidadãos .
É revoltante a postura do DNPM. Ao longo da historia os
garimpeiros tem sido vitima da indiferença institucional de órgãos ligados ao
MME . Basta lembrar que de 1992 quando foi fechado o garimpo até
o ano de 2006, quando ocorreu a entrega do alvará de pesquisa o DNMP fazia o
papel de órgão surdo-mudo para a causa garimpeira de Serra Pelada. Parece que
continua fazendo.
No passado esteve sempre a serviço das grandes
mineradoras e no presente continua passando por cima da legislação
mineral para não atender aos pequenos mineradores, em especial,
aos garimpeiros de Serra Pelada. No inicio do mês de agosto as
lideranças começaram a sentir o desprezo e a falta de vontade do DNPM
para cumpri com a sua obrigação em relação aos garimpeiros de Serra
Pelada. O presidente da Coomigasp, Gesse Simão, acompanhado por nós da Agasp
Brasil, estivemos todos no gabinete de Miguel Cedraz para anunciar a nossa
insatisfação com os empecilhos políticos acolhido pelo órgão. Na
oportunidade Cedraz nos tranqulizou afirmando que o que pertencia
aos garimpeiros estava seguro. Fez questão de nos acompanhar até
Belém para dirimir todas as duvidas quanto ao cumprimento das condicionantes
exigida pelo órgão.
Quando tudo parecia correr bem para que a
cooperativa tivesse a sua sessão de direito mineral, Miguel Cedraz exige que
tal documento seja assinado por ele e não por Every Aquino que tem poderes
legítimos para isso. O documento é levado a Brasília, mas Every retorna
sem a tal assinatura. A informação de bastidores que se tem é que
o diretor geral do DNPM teria sido pressionado pelo deputado
federal Paulo Rocha (PT-PA), que vem fazendo de tudo para travar o sonho dos
garimpeiros. Paulo Rocha não respeita nem mesmo a vontade legitima dos
mais de 17 mil garimpeiros de Serra Pelada que moram no
Estado do Pará.
É de se estranhar. Paulo Rocha está indo na
contramão da historia num momento em que o próprio Governo de Ana Julia
Carepa apóia literalmente o projeto de implantação da mina de Serra
Pelada. Paulo Rocha nunca procurou a Coomigasp e nem as entidades
garimpeiras como a Agasp Brasil, Abasp e a Freddigasp para fazer um
juízo de valor sobre a nossa causa. Porem pior do que a insana postura
política de Paulo Rocha é o dúbio comportamento do DNPM que prefere
atender o pedido de uma única pessoa em detrimento da vontade de
milhares. É em cima do sentimento unânime do povo garimpeiro
que convocamos a categoria para marchar rumo a Brasília. Não interessa
mais ficar perdendo tempo nem com o DNPM e muito menos com a Secretaria de
geologia e Transformação Mineral. Resta ao ministro de Minas e Energia ,
Edison Lobão, decidir se o povo garimpeiro de Serra Pelada tem ou não
o direito de ser feliz.
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