Publicado no dia 1 de janeiro de 1900 às 0:00 por
Toni Duarte.
REQUERIMENTO PEDINDO AUDIÊNCIA PUBLICA É APROVADO
Foi aprovado ontem (quarta-feira) por unanimidade
na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, o requerimento de autoria do
deputado Vicentinho Alves (PR-TO) que pede a instalação de uma audiência
publica para debater o PL 5227 de 2009 que estabelece aposentadoria especial
aos garimpeiros de todo o país e uma pensão vitalícia aos ex-garimpeiros de
Serra Pelada. O presidente da Comissão, deputado Cláudio Vignatt (PT-RS)
garantiu que na próxima terça-feira marcará a data que ocorrerá a audiência
publica.
Foram convidados para o grande debate o ministro
da Previdência Social, Jose Pimentel, um representante do Ministério de Minas
e Energia, representante da Caixa Econômica Federal, o advogado Mario
Gilberto e o presidente da Agasp Brasil, Toni Duarte. A deputada estadual do
Pará, Bernadete tem Catem (PT) e o deputado federal José Geraldo, também do
PT, já garantiram presença. Ambos estão de acordo com a aprovação do Projeto
de Lei 5227 e irão defender o direito da aposentadoria pleiteado por
mais de 1 milhão e 500 mil trabalhadores garimpeiros de todo o país.
SÓ PARA VER COMO FUNCIONA UMA MINA DE VERDADE
A partir das 8 horas de hoje uma delegação
composta por diretores da Coomigasp, dirigentes da Colossus, lideranças
garimpeiras da comunidade de Serra Pelada, alem do presidente da Agasp
Brasil, Toni Duarte, estará visitando as dependências da mina subterrânea
Fazenda Brasileiro na cidade de Teofilândia na Bahia. A mina que funciona
desde 1983 é de propriedade da Yamana Gold, empresa que opera no Brasil
nas áreas de mineração de ouro e de concentrado de cobre, com sede em
Toronto, no Canadá.
Na Mineração Fazenda Brasileiro, primeira unidade
da Yamana Gold na Bahia, em operação desde 2003, foram injetados US$137
milhões no desenvolvimento da mina e expansão da produção, que vai saltar das
atuais 80 mil onças para cem mil. Com as intervenções, devem ser contratados
em torno de 900 funcionários, além de 700 terceirizados. O grupo
brasileiro-canadense conta hoje com um total de sete mineradoras, sendo uma
no Mato Grosso, uma em Goiás, duas no Chile, uma em Honduras, além das duas
na Bahia.
A presença de garimpeiros de Serra Pelada
na visita que ocorrerá hoje pela manhã na mineradora de Teofilândia, cidade
que fica a 210 quilômetros de Salvador, tem o objetivo de mostrar a todos
como funciona uma mina de ouro e para que os mesmo tenham uma idéia do modelo
a ser implantado em Serra Pelada na área dos 100 hectares pertencentes
a Coomigasp.
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Publicado no dia 1 de janeiro de 1900 às 0:00 por
Toni Duarte.
UMA VIAGEM GARIMPEIRA NAS PROFUNDEZAS DA TERRA
TONI
DUARTE
Enviado
Especial
Os olhos de João Pimenta Braga, 54 anos, estavam
fixados sobre homens muito bem equipados que pareciam astronautas. A atenção
do calejado ex-garimpeiro de Serra Pelada também acompanhava o vai vem dos
possantes caminhões volvo A-35 que carregam até 40 toneladas de blocos
rochosos. Os pesados veículos descem e sobem os 12 quilômetros de
extensão de rampa, cujo o final dela marcam exatos 1.050 metros
na vertical abaixo da terra. Vestido num macacão da cor de fogo, com
lanterna acoplada ao capacete, óculos e mascaras de proteção e uma bolsa com
oxigênio pendurada a cintura para ser usada caso for preciso, o velho
garimpeiro ao lado de mais 9 companheiros seus, paramentados com igual
indumentária, estavam prontos para uma viagem rumo às
entranhas da terra.
Antes de iniciar a decida o grupo faz questão de
pousar para fotos. Nunca, nenhum deles, tinha se visto dentro daquelas roupas
que transmitiam segurança e que os faziam sentir - sem como
garimpeiros modernos. Mais o que enchia de curiosidade e ao mesmo tempo de
aflição, era a mina de ouro da empresa Mineração Fazenda Brasileiro
pertencente ao grupo canadense Yamana Gold. A mina que antes foi
da Vale do Rio Doce adquirida pela Yamana por US$
20,9 milhões em junho de 2003, fica na pequena Teofilândia,
cidade encravada no tórrido sertão baiano, distante a 210 quilômetros de
Salvador.
As duas camionetes traçadas descem de ladeira
abaixo a 10 km por hora. Às vezes aliviando um pouco nas sinuosas curvas
escuras. Ao todo, até o fundo da mina, são 200 pequenas curvas. Francisco
Edison, funcionário da MFB que dirige uma das camionetes justifica: “a falta
de iluminação nas curvas é uma questão de segurança ao trafego pesado dentro
da mina”. Somente os trechos retos é que são iluminados por potentes refletores.
Os veículos deslizam na rampa em declive sacolejando o grupo de pessoas que
jamais soube na vida como funcionava uma mina e muito menos sonhava pisar um
dia em algumas delas.
A cada quilômetro percorrido de chão
adentro era de medo contido. O silencio quase sepulcral do grupo parecia
querer sobrepor os roncos dos motores das pesadas maquinas. Vez enquanto esse
sentimento é rompido por curtos diálogos. “Agora estamos no inferno”, aponta
o jovem Ramon Marques, 22 anos, despertando o riso amarelado coletivo. Ramon,
como a maioria dos filhos nascidos na pequena comunidade de Serra Pelada nem
de longe sabia o que era uma mina. Sabia apenas das estórias contadas
pelos os mais velhos sobre o garimpo que emprestou o nome a sua comunidade,
distrito de Curionópolis no Pará, fechado em 1992. Este deixou profundas
marcas em muita gente.
Muitas dessas estórias contadas pelo próprio pai,
Antonio Oliveira, que como milhares de outros trabalhadores colegas seus,
haviam sidos submetidos ao trabalho escravo sob o olhar vigilante do governo
que tratava a todos de forma desumana. “Esse sim, foi um verdadeiro inferno”,
sustenta Ramon. Fora essa historia de dor e declínio social imposta pelo
Estado brasileiro à família garimpeira, o jovem filho da Serra se sentia
entusiasmado na viagem rumo às profundezas da terra. Nunca teve a
oportunidade de ver um garimpo de perto. Mas estava ali para conhecer pela primeira
vez uma mina de verdade. Algo que classificara como muito mais importante do
que um simples garimpo. Ramon sabe que o ouro existente hoje na velha grande
cava da Serra Pelada, só é possível ser retirado através do processo
industrial. Por isso estava curioso para saber como e qual o processo
utilizado.
Tudo que via e encontrava pela frente no curso da
viagem da produtiva mina da Yamana, passava ser acessório de sua imaginação
quase real. Sentia que aquela mina de Teofilândia, interior da Bahia, poderia
ser a cópia fiel do que seria no futuro bem próximo a mina dos garimpeiros de
Serra Pelada no interior do Pará. Daí o seu entusiasmo. Precisava compreender
mais sobre esse novo momento que se avizinha o qual certamente
mudará para melhor o retrato social da pobre e pequena
comunidade, cuja vontade para isso corre nas veias de sua geração. Ramon no
alto de sua inteligência sabe que só um projeto como esse é capaz de oferecer
oportunidades de empregos e renda para as centenas de jovens como ele.
À medida que os carros avançavam para o
fundo da mina a expressão dos rostos dos garimpeiros se contraem a cada
situação. Os olhares se voltam para os enormes paredões arqueados sustentando
uma montanha de pedras sobre as suas cabeças. “Deus está aqui”, balbucia José
Ribamar Neguinho, olhando para o negrume do teto rochoso. O sub-vice prefeito
de Serra Pelada atesta que o Criador está sempre a onde vida estiver. Fala
isso como forma de pedir proteção, mas também com a convicção de que as
centenas de trabalhadores que se dividem em três turnos de oito horas, de
domingo a domingo, nas profundezas daquela mina, são todos obra de Deus.
Neguinho tem razão ao proferir tão sábias palavras.
Nunca esses trabalhadores precisaram
utilizar as centenas dos “pontos de fugas” e muitos menos as cinco “células
de sobrevivência” disponíveis para qualquer emergência. A revelação feita por
funcionários acalmou o coração do desconfiado José Almeida Cancão. Ouviu isso
do experiente Francisco Edílson, há quase 25 anos no trato de minas subterrâneas.
Francisco Edílson conhece como ninguém cada ponto da mina de Teofilândia. Diz
que
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Publicado no dia 1 de janeiro de 1900 às 0:00 por
Toni Duarte.
GARIMPEIROS HOMENAGEM LOBÃO
Mais de 10 mil garimpeiros de Serra Pelada estão
sendo esperados neste sábado na cidade de Imperatriz, região sul do Maranhão.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão confirmou presença a grande
reunião. O principal desejo dos garimpeiros é terem a liberação do alvará de
lavra da área dos 100 hectares pertencentes a Coomigasp ainda na gestão de
Lobão a frente do Ministério. O cargo será deixado por ele no mês de março
quando retornará para o mandato de senador da Republica. O ministro Lobão vai
dar todas essas garantias.
“Não saio do ministério de Minas e Energia antes
de resolveu de uma vez por todas a causa dos garimpeiros de Serra
Pelada”, garantiu isso nas presenças do presidente da Coomigasp, Gesse
Simão e do presidente da Agasp Brasil, Toni Duarte. Agora, no
próximo sábado, o ministro dirá o mesmo aos mais de dez mil garimpeiros
que chegam a cidade de Imperatriz a partir dessa sexta-feira. A
reunião está sendo organizada no estilo de grande festa. Até um bolo foi
confeitado para celebrar o aniversario de 73 anos de Edison Lobão que
ocorrerá neste dia 5 de dezembro. Por causa disso os garimpeiros vão enfeitar
a cidade com dezenas de faixas em homenagem ao maior patrono da causa
garimpeira de Serra Pelada.
Nunca na historia do MME passou um ministro que
teve tanta identificação com os pequenos mineradores como Edison
Lobão. Defende os garimpeiros de Serra Pelada desde a época que
era deputado federal. No final dos anos 80 o então deputado pelo
Maranhão levou o presidente João Baptista Figueiredo na Serra Pelada
para mostra-lhe que seria um flagelo social tomar o garimpo de mais de
80 mil trabalhadores sem uma justa indenização. Por causa desse alerta o
garimpo de Serra Pelada continuou funcionado. Em 1992, Fernando Collor de
Melo resolveu fechar o garimpo expulsando os garimpeiros de forma violenta. A
tragédia social prevista por Lobão foi inevitável.
Milhares de cidadãos que arrancaram e carregaram
sobre os ombros quase 40 toneladas de ouro para engordar as reservas
cambias do país foram jogados com as suas famílias ao limbo. O governo
federal que explorou de forma irresponsável essa grande massa
trabalhadora por duas décadas num sistema escravo e desumano até hoje
se esforça para negar uma pequena indenização em forma de pensão vitalícia
principal bandeira de luta da Agasp Brasil dentro do Congresso Nacional.
Como senador, Edison Lobão tem travado grandes
lutas na tentativa de amenizar a dor do povo garimpeiro provocada pelo Estado
brasileiro. Em 2002 o senador maranhense como presidente do
Senado da Republica, aprovou o Decreto Legislativo de suas
autoria que obrigou o governo devolver a área dos 100 hectares aos
garimpeiros que encontrava-se sob controle da famigerada Vale do Rio
Doce.
Em 2003 apelou para o então ministro da
Casa Civil, Jose Dirceu para que fosse constituída uma Comissão
Interministerial com a participação de cinco ministérios com a missão
de resolver a questão de Serra Pelada. Lobão pediu retorno dos mais de
40 mil garimpeiros que haviam sidos excluídos de forma criminosa para o
quadro social da Coomigasp. Em 2004 começa o processo de readequação dos
excluídos Dois anos depois com garimpeiros mais organizados, o senador
Edison Lobão trabalhou junto ao então ministro de Minas e Energia Silas
Rondeau para que fosse liberada o alvará de pesquisas para a Coomigasp.
Lobão foi a Serra Pelada entregar pessoalmente o tão sonhado documento.
Em outubro desse ano a cooperativa dos
garimpeiros fez a entrega ao DNPM dos resultados dessas pesquisas
realizadas através da parceria Coomigasp e Colossus. Agora os
garimpeiros esperam pelo Alvará de Lavra que vai permitir que a parceria
Coomigasp e Colossus, através da Serra Pelada Companhia de
Desenvolvimento Mineral, possa construir a sua mina e de lá extrair o
bem mineral cujo lucro será dividido igualmente a todos. No encontro de
Imperatriz ouvirão de viva voz do ministro Lobão que não
sairá do Ministério d
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