Publicado no dia 1 de janeiro de 1900 às 0:00 por
Toni Duarte.
PROJETO DE APOSENTADORIA SERÃO DEBATIDO NA CÂMARA
DIA 16
O presidente da Comissão de Finanças e Tributação
da Câmara, deputado Cláudio Vignatt (PT-SC) marcou para o próximo dia 16,
quarta-feira, a audiência publica que vai debater o Projeto de Lei que
estabelece a aposentadoria especial para os garimpeiros de todo o país e uma
pensão vitalícia aos ex-garimpeiros de Serra Pelada. Foram convidados para
debater o assunto o ministro da Previdência Social, Jose Pimentel, , o
secretario de Geologia e Transformação Mineral do Ministério de Minas e
Energia, Cláudio Scliar, representante da Caixa Econômica Federal , o
advogado Mario Gilberto e o presidente da Agasp Brasil, Toni Duarte. A
audiência publica foi solicitada pelo deputado Vicentinho Alves (PRP-TO).
O presidente da Agasp Brasil disse que não tem
nenhuma duvida de que o debate irá proporcionar maior conhecimento aos
deputados membros da Comissão de Finanças e Tributação, especialmente
ao relator da matéria para que façam um melhor juízo de valor sobre a
importância do PL 5227 para a categoria garimpeira de todo o país. “Alem
dessa aposentadoria especial para a classe garimpeira nós defendemos a instituição
da pensão vitalícia aos ex-garimpeiros de Serra Pelada porque estamos
convencidos de que eles foram submetidos aos trabalho forçado
durante duas décadas, escravidão patrocinada pelo próprio Estado
brasileiro”, argumenta Toni Duarte.
O deputado Pepe Vargas (PT-RS) acredita que
depois dessa audiência publica terá todas as informações que necessita para
elaborar o seu relatório e brigar pela aprovação do projeto. Para a audiência
publica, o presidente da Agasp Brasil está convocando todos os garimpeiros de
Brasília e Região para se fazer presente na Câmara dos Deputados. A presença
de todos será uma demonstração de força da categoria no sentido de
pressionar os parlamentares a votarem a favor da proposta.
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Publicado no dia 1 de janeiro de 1900 às 0:00 por
Toni Duarte.
AUDIÊNCIAS PUBLICAS
Duas importantes audiências publicas
acontecerão na próxima semana para definir muitas coisas para o povo
garimpeiro de Serra Pelada. A primeira dessas audiências publicas
acontecerá na próxima quarta-feira dia 16, a partir das 14 horas, na Câmara
dos Deputados, quando a Comissão de Finanças e Tributação irá debater o
projeto de lei 5227 de 2009 que estabelece a aposentadoria especial para a
categoria garimpeira do Brasil e uma pensão vitalícia aos ex-garimpeiros de
Serra Pelada. A outra audiência publica tão importante quanto a primeira
ocorrerá na cidade de Curionópolis no dia 17, a partir das 9 horas, quando
será debatido o EIA RIMA de Serra Pelada. Lá em Curionópolis a comunidade vai
se manifestar sobre o assunto dando as suas opiniões para que o Relatório
de Impacto Ambiental para a implantação da mina seja devidamente aprovado
pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Pará.
PALESTRA EM CAVALCANTE NO GOIÁS
Cerca de 200 garimpeiros do município de
Cavalcante e região do norte de Goiás convidaram o presidente da Agasp
Brasil, Toni Duarte , para dar uma palestra neste próximo sábado dia
12, sobre o tema da aposentadoria, cujo projeto tramita na Comissão de
Finanças e Tributação. A cidade de Cavalcante fica 310 quilômetros de Brasília.
O nome do lugar é em homenagem ao garimpeiro Julião Cavalcante seus
fundador e colonizador. Ate hoje centenas de família sobrevivem dos garimpos
da região.
FESTA DE CONFRATERNIZAÇÃO EM BRASILIA
A Agasp Brasil estará realizando no próximo dia
18 a partir das 9 horas o Natal Garimpeiro que ocorrerá no
Restaurante Taboo Gril do Hotel Nacional em Brasília. O
presidente da Agasp Brasil, Toni Duarte, disse que o encontro de
confraternização da família garimpeira servirá para aproximar as
famílias da sua entidade de classe. “A Agasp Brasil surgiu para unir o povo
garimpeiro de Serra Pelada e em especial defender a sua família
.Estamos lutando pelo direito a aposentadoria e pensão vitalícia para o
trabalhador garimpeiro, mas também vamos desenvolver programas de capacitação
profissional para os filhos e filhas dos garimpeiros com objetivo de
incluídos no mercado de trabalho”, afirmou o presidente da Agasp Brasil. O
secretario Executivo de Trabalho e Emprego do Ministério do Trabalho,
Ezequiel Nascimento, é um dos inúmeros convidados especiais da Agasp Brasil.
O deputado Vicentinho Alves que defende o PL 5227 dentro da Comissão de
Finanças e Tributação também se fará presente. Na festa de confraternização
serão distribuídas cestas de natal aos presentes e sorteio de brindes.
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Publicado no dia 1 de janeiro de 1900 às 0:00 por
Toni Duarte.
GARIMPEIROS DE CAVALCANTE REAGEM A OPRESSÃO
REPORTAGEM ESPECIAL
* POR TONI DUARTE
A pequena Cavalcante, situada no nordeste goiano
a 530 quilômetros de Goiânia e 310 distante de Brasília vive anos de
tormentas com o seu povo jogado a beira da inanição. Os 10 mil
moradores sabem que vivem numa região de solo rico e de santuário ecológico
imponente. Só não compreende porque da pobreza absoluta que atinge a maioria de
seus moradores. Os Kalungas têm assistido à invasão do subsolo de seu
território, nas últimas décadas, por mineradoras que ganham rio
de dinheiro em dólares pagos pela China pelas montanhas de
manganeses e não sobra sequer um reque para aqueles que
sempre viveram com o que tiram do fundo da terra para as suas subsistências.
“È uma lastima”, diz o garimpeiro João Batista Dias, 69 anos, que luta há
quase 30 anos para formar um sindicato da categoria e em seguida criar uma
cooperativa de garimpeiros por julgar que essa é única forma de
fazer valer o direito constitucional de lavrar o bem mineral que
atualmente está sob controle de alguns ávidos latifundiários da mineração que
não exploram o bem mineral e nem deixa os garimpeiros explorarem.
Foi pensando nisso que João Batista e seus
companheiros de abatéias pediram a ajuda da Agasp Brasil. O carro de
som cortou a cidade durante todo o dia para anunciar no final da tarde de
sábado, 13, a reunião com a presença dos dirigentes da maior entidade
de referencia garimpeira do País. Quem chega a Cavalcante
não tem nenhuma duvida de que a historia do garimpo se confunde com a
própria historia da cidade. Isto porque a região foi desbravada pelo
garimpeiro Diogo Teles Cavalcante que empresta o nome ao pequeno município de
6.953 km² localizado na Chapada dos Veadeiros, na Serra Geral do
Paranã, ponto mais alto do Planalto Central. Na principal praça da cidade o
monumento sustenta duas abatéias e uma balança de pesar ouro símbolo maior do
apogeu da garimpagem que impulsionou o município. Anos mais tarde
Cavalcante definhou ao ponto de perder um pequeno pedaço o hoje
prospero município de Teresina de Goiás. “Em Teresina se vive melhor do
que aqui”, compara o garimpeiro Manoel da Cruz que está desencantado com o
lugar em que nasceu e se criou vendo o pai e o avô já falecidos trabalhando
nos garimpos da região.
No município encontra-se uma das poucas
comunidades negras descendentes de escravos fugitivos que se organizaram nos
quilombos goianos. Dona Cecília Gonçalves dos Santos Dias ,50 anos, que
traz nas veias o sangue kalunga de seus ancestrais tem motivos de sobra para
externar a sua indignação contra o que ela denomina de “força
opressora” contra o povo trabalhador de Cavalcante. “Sou mulher
garimpeira nascida e criada neste lugar e agora não tenho o direito de
trabalhar no lugar a onde nasci porque os empresários da mineração que
ninguém conhece ta proibindo tudo”, diz ela.
A indignação de Olinda Aparecida de Abreu faz
coro ao que diz Cecília. “Cavalcante já foi muito melhor. Hoje o nosso povo
ta morrendo a mingua assistindo toda as suas riquezas
saindo nos lombos das carretas dos empresários da mineração que não tem
nenhuma responsabilidade social para com a nossa comunidade. Isso tem que acabar”,
reage Olinda, que é filha de garimpeiro e é presidente do
Conselho de Segurança Comunitária e Defesa Social, órgão ligado a
Secretaria de Segurança e Justiça do Estado de Goiás. Para Olinda o município
de Cavalcante tem que reagir a esta situação. “O que ocorre aqui não atinge
apenas aos trabalhadores garimpeiros, mas toda a população”, reclama.
Olinda Abreu fala com a voz do conhecimento. A
empresa Zeus Mineração, por exemplo, não faz o que uma empresa mineradora
deveria fazer para justificar a concessão que recebeu do DNPM para extrair o
bem mineral que pertence ao povo brasileiro. A empresa ignora um dos
principio básicos que é a responsabilidade social. Cavalcante é
hoje pólo de mineração em Goiás, com a movimentação de 50 carretas
carregada de minério por dia . As carretas da Zeus levam manganês até
Ilhéus (BA). Existe potencial de exploração de 1,5 bilhão de toneladas na
região de Cavalcante. Levando-se em conta o tamanho da área das minas, será
possível movimentar cerca de R$ 180 bilhões. Um negócio milionário longe do
alcance do povo.
O governador Alcides Rodrigues briga no
Ministério do Transportes para que seja criado um ramal ferroviário
Cavalcante interligando com a Ferrovia Norte-Sul para que a
riqueza mineral do município seja descarregada no Porto de Itaqui
(MA). De lá o minério seguirá para o porto de Caofeidian, na China. A cidade
chinesa é um complexo industrial modelo que recebe minérios de toda parte do
mundo. Porem tanto o governador de Goiás como a maioria dos deputados goianos
com assento no Congresso Nacional estão longe de entender que debaixo da
poeira feita pelos trituradores da Zeus está centenas de cidadãos
cavalcatinenses que nunca viram a cor do dinheiro captados pelos
chamados Midas da mineração.
Os órgãos ambientais do governo fecham os olhos
para as áreas degradadas que deveriam ser revitalizadas cujos buracos
negros ferem de morte o imponente santuário ecológico do pequeno município.
Olinda Abreu defende uma
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